Fã do rock dos anos 70 quando criança, por influência de seu pai, Una começou estudando música no Conservatório, mas por não se identificar com a estrutura disciplinar, seguiu sua pesquisa artística por outros campos. Teatro, dança e as artes performáticas contribuíram para fazê-la imergir nesse universo musical com seu jeito honesto, onde confluem ternura e visceralidade. Em 2013 se lança como cantora, acompanhada naturalmente por uma banda de rock. “Esquartejada” é resultado desses 6 anos, uma colcha de retalhos, de composições que se ligam pelo afeto, que transcendem e se unem através da voz e corpo singulares de Una. Como mulher preta, nordestina e artista independente, Una entende que o seu trabalho simboliza a resistência de se fazer arte nos dias de hoje. “Espero que o extermínio da juventude negra, que não é só física, não caia sobre o meu trabalho. (…) Para que outras mulheres que venham depois de mim acreditem e achem possível viver do que se gosta e do que se sabe fazer. É por elas que estou aqui.”