A busca por uma sonoridade híbrida e a visão de uma composição musical regida pela criatividade intuitiva são alicerces da prática criativa de Thiago Ramil. A dimensão rítmica livre de regras produz uma imprevisibilidade provocativa, em que o vazio produz uma espécie de devaneio sonoro. O espaço da respiração, o silêncio como potencialidade, propõem ao ouvinte um envolvimento íntimo consigo. A construção harmônica explora uma aproximação entre o clássico e o dissonante, de forma a torná-la, amargamente, doce. A voz sussurrada e a melodia leve viajam por tempos nostálgicos, entrelaçadas ao sentido poético das palavras, onde múltiplos sujeitos habitam os caminhos entre o eu e o outro.